Clarice e a Ucrânia

Com informações da Wikipédia

A FLIRP 2023 terá como convidada de honra a Ucrânia, que se fará presente com a Representação Central Ucraniano-Brasileira (RCUB) e homenageará a cidade de Chechelnyk (Чечельник), região de Vinnytsia, em virtude da nacionalidade de Clarice Lispector. 

Clarice foi a filha caçula de Pinkas e Mania Lispector, que emigraram com a família para o Brasil devido à perseguição religiosa aos judeus durante a Guerra Civil Russa – perseguição esta conhecida como progromAntes da Revolução Russa, Chechelnyk pertencia à gubérnia de Podólia, então território do Império Russo.

Conheça um pouco do país

Fonte: O País | RCUB

A história do território da Ucrânia começa muito antes do nascimento de Cristo, quando povos nômades se instalavam na região. Entre eles estão os Dácios, os Sármatas, Godos, Estrogos, esse último, começou a desenvolver a Cultura Kiev na região, que permaneceu instituída na população local, mesmo depois que os Hunos os expulsaram, por volta de 350 a.C.

Mas a identidade ucraniana, e de alguns povos eslavos, só seria formada com a criação do Principado de Kiev, que persistiu durante os séculos X e XI. O Principado ficou conhecido em toda a Europa, e era prestigiado pela organização, cultura e poder militar. O estado era formado por diversas domínios, cada um governado por um príncipe ruríkida, e todos possuíam proximidade familiar. O Principado de Kiev foi derrubado definitivamente por uma invasão Mongol, no século XIII, mas antes disso já sofria abalos internos, com lutas pelo poder entre os representantes dos domínios.

Entre os anos de 1300 e 1600, o território da Ucrânia sofreu invasões polonesas e lituanas, e um casamento entre representantes reais desses dois povos consagrou o controle dos lituanos sobre a maior parte do território da Ucrânia. Em 1569, a União Lublin criou a Comunidade Polaco-Lituana, e uma parte considerável da Ucrânia passou do controle lituano para o polonês. Como parte do processo, boa parte da população eslava converteu se ao catolicismo. Porém, o povo ucraniano se manteve fiel à Igreja Ortodoxa, e líderes ligados à religião tentaram criar uma igreja vinculada à Igreja Católica Romana, mas não foi possível, e isso só contribuiu mais para tensões e desentendimentos sociais, o que levou os plebeus ucranianos a procurar ajuda com os cossacos, que sempre foram ortodoxos, em busca de segurança.

Em 1648, uma rebelião cossaca contra o governo levou a partilha da Ucrânia entre a Polônia e a Rússia. Mais tarde a Polônia também sofreu uma divisão entre três impérios, o que resultou em uma nova divisão do território ucraniano, entre o Habsburgo e Russo. Os ucranianos se destacaram no Império Russo, chegando a ocupar importantes cargos na administração imperial e eclesiástica russa, além de participar de guerras. Porém, o regime tzarista passou a proibir o uso da língua ucraniana em público.

Com o colapso Russo e Austríaco após a 1° Guerra Mundial, e a Revolução Russa de 1917, acontece o ressurgimento do movimento nacional ucraniano, em pro da auto-determinação, resultando na declaração de independência de vários estados ucranianos, como o Rada Central, o Hetmanato, o Diretório, a República Popular Ucraniana e a República Popular Ucraniana Ocidental. Porém, a derrota da Ucrânia Ocidental na Guerra Polaco-Ucraniano e o fracasso polonês na Ofensiva de Kiev (1920), na Guerra Polaco-Soviética, fizeram com que a Paz de Riga, acordo entre a Polônia e os bolcheviques, voltasse a dividir o território ucraniano. A porção Ocidental foi incorporada à Segunda República Polonesa, e o território do centro e leste, transformou-se na República Socialista Soviética Ucraniana, em 1919, posteriormente integrou a União das Repúblicas Soviéticas, quando esta foi criada, em 1922.

O ideal ucraniano

O ideal nacional ucraniano persistiu aos primeiros anos de ocupação soviética, mas foi colocado em risco nos anos 30, quando o processo de industrialização soviético tornou-se mais acentuado. A industrialização soviética levou o país a quadruplicar sua produção, no entanto esse processo exigiu maior dedicação do campesinato, encarregado de atender as necessidades de alimentos e financiar a industrialização. Para alcançar esse objetivo, Stálin desenvolveu o sistema de Fazendas Coletivas, aonde combinava o gado e produção dos camponeses, que por sua vez eram obrigados a ceder ou seriam presos e deportados. Os produtores não recebiam grãos enquanto não cumprissem uma meta absurda de produção, o que tornou a fome um problema generalizado do povo, levando à morte milhões de ucranianos. Esse episódio ficou conhecido como Holodomor. No mesmo período, os soviéticos acusaram a elite política e cultural ucraniana de desvios nacionalistas e com duas ondas de expurgos (1929 – 1934 e 1936 – 1938) eliminaram quatro quintos da elite ucraniana.

 

Quando a 2° Guerra Mundial começou, os ucranianos não sabiam exatamente de qual lado lutar, e alguns resistiram à ocupação alemã, enquanto outros colaboraram com ambos os lados. Quando os soviéticos foram derrotados, a esperança voltou para o seio do povo ucraniano, que acreditava que o regime nazista poderia libertá-los. Entretanto, o controle alemão não se preocupou com melhorias, e manteve as Fazendas Coletivas, também adotou uma política de deportação para aumentar a força de trabalho na Alemanha, além de iniciar uma campanha de caça aos judeus em território ucraniano. Ao todo, morreram de cinco a oito milhões de civis durante a guerra e a ocupação alemã, e estima-se que dos 11 milhões de soldados soviéticos mortos na guerra, um quarto eram ucranianos étnicos.

A Ucrânia no contexto do pós-guerra

Após a guerra, as fronteiras da Ucrânia soviética foram estendidas na direção oeste, unindo a maioria dos ucranianos sob uma única entidade política. Grande parte da população não-ucraniana foi deportada e a Ucrânia tornou-se membro das Nações Unidas.

Em abril de 1986, quando ainda era parte da União Soviética, a Ucrânia sofreu uma das maiores catástrofes nucleares da história: o vazamento da Usina Nuclear de Chernobil, que formou uma nuvem de radiação sob grande parte do território europeu oriental.

O colapso da União Soviética, em 1991, resultou na convocação de um referendo que permitiu a proclamação da independência da Ucrânia.

Hino da Ucrânia

Павло ЧУБИНСЬКИЙ (музика — М.Вербицький)

* * *

Ще не вмерла Україна, і слава, і воля.

Ще нам, браття молодії, усміхнеться доля.

Згинуть наші вороженьки, як роса на сонці,

Запануєм і ми, браття, у своїй сторонці.

Душу, тіло ми положим за нашу свободу,

І покажем, що ми, браття, козацького роду.

Станем, браття, в бій кривавий від Сяну до Дону,

В ріднім краю панувати не дамо нікому;

Чорне море ще всміхнеться, дід Дніпро зрадіє,

Ще у нашій Україні доленька наспіє.

Душу, тіло ми положим за нашу свободу,

І покажем, що ми, браття, козацького роду.

А завзяття, праця щира свого ще докаже,

Ще ся волі в Україні піснь гучна розляже,

За Карпати відоб’ється, згомонить степами,

України слава стане поміж ворогами.

Душу, тіло ми положим за нашу свободу,

І покажем, що ми, браття, козацького роду.

***

Джерело: Найкращі пісні України, “Майдан”, К., 1992.

 

Em Português

Ainda não se aniquilou a Ucrânia, nem a glória, nem a liberdade.

Ainda para nós, irmãos ucranianos, sorrirá o destino.

Evaporar-se-ão nossos inimigos, como o orvalho sob o sol.

Tornaremo-nos soberanos, irmãos, em nossa terra.

 

Alma e corpo doaremos pela nossa liberdade.

E mostraremos, que nós, irmãos, somos da estirpe dos cossacos.

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